terça-feira, 25 de março de 2008

Auto-descoberta



À procura de um caminho…
Tentei seguir orientações estudadas que prenunciavam certezas.
Aprendi “É assim porque estamos a dizer que é assim”.
Explica-se certezas com crenças, filosofias interessantes mas sem provas concretas e satisfatórias.
Aprendi “A inquietude interior é um apanágio dos seres que põem em questão as crenças que lhes tentam incutir à força”.
É bem mais fácil acreditar em algo com toda a força e manter a sua conduta agarrado a essa fé. Alguém dita as regras do jogo e obedecemos. Parece simples…
Afinal quem tem razão? Quem é mais feliz?
Aquele que acredita sem exigir grandes explicações ou aquele que vive em plena inquietude interior?
Assim dito… Não tenho dúvida que quem já encontrou um caminho, seja ele qual for, se a sua escolha o faz sentir-se bem com ele próprio, é muito mais feliz.
Não condeno quem acredita. Pelo contrário… Respeito.
Fui criada no seio de uma religião e hoje, sem saber bem como, sinto-me com aquela inquietude interior. Não consegui dar seguimento àquilo que me foi incutido durante os meus anos de existência.
Não sei se deixei de acreditar, apenas sei que não tinha respostas às minhas perguntas, não concordava com as regras do jogo, as exigências, as limitações à nossa própria vida.
Quero aproveitar a liberdade que me deram de poder escolher.
E aqui estou, traçando um caminho que me identifique, moldando a inquietude interior, tudo para encontrar a felicidade, minha e dos seres que me rodeiam.
Quero aprender com tudo e todos, mas tirar os meus apontamentos.
Estar atenta, consciente, ao que me rodeia, às acções, sentimentos, ao mundo...
Usar a experiência, tirar lições e chegar mais longe.
Aprendi “ser feliz é fazer o outro feliz”.
O individualismo, o ego, precisam de ser combatidos.
Aprendi “Ao darmos também recebemos”.
Mais não seja o sorriso de quem recebe.
Ou, por outro lado, o remorso pelo que fizemos ou deixamos de fazer.
Aprendi “Somos nós que fazemos o dia de amanhã”.
As acções não se perdem no tempo, um dia descobrimos isso.
Aprendi que no fundo “Todos queremos ser felizes, podemos é estar perdidos no caminho”.

Um comentário:

Imhotep disse...

Acho que estás no bom caminho!

Se a tua natureza não é aceitar passivamente crenças, deves respeitar a tua natureza e seguir um caminho que te convida a investigar, a descobrir por ti.

Tenho que contar-te o que sei sobre o Nobre Octuplo Caminho, proposto pelo Buda. Não dá respostas mas apenas alguma orientação no caminho pessoal da auto-descoberta, que cada um tem que fazer por si. Talvez algo decepcionante quando comparado com uma religião que nos oferece um Deus protector que nos ajuda.

Eu também sofro de inquietude. Mas penso que é a fonte da energia que me leva a procurar seguir um caminho espiritual de auto-descoberta. Se não houvesse insatisfação deitava-me à sombra de um chaparro, descansado...